Estiramento Muscular
A maior parte das lesões é classificada como estiramento muscular. Este é classificado como lesão muscular indireta, pois a energia do trauma não ocorre diretamente na área muscular que se encontra anatomicamente alterada. É causado por um alongamento das fibras musculares, além do seu estado fisiológico ou pode ser resultante de uma contração muscular excêntrica em determinado movimento esportivo, como o movimento dos isquiotibiais que molduram a contração concêntrica do quadríceps durante um chute no futebol. Os locais mais acometidos são a junção miotendínea ou a região distal no ventre muscular.
O grau e a gravidade das lesões são baseados no número e na extensão das fibras lesionadas. Podemos dividir essas lesões em três graus:
Primeiro grau: é o estiramento de uma pequena quantidade de fibras musculares. Ocorre dor quando o músculo é solicitado pela contração, especialmente contra a resistência. A dor se localiza em um ponto específico, e o atleta pode ter dores somente em manobras estremas da articulação. O edema pode estar presente, mas, geralmente, não é notado no exame físico. Ocorrem danos estruturais mínimos, a hemorragia é pequena, e a resolução é rápida (geralmente, após uma semana, o atleta já está de volta á sua atividade física regular).
Segundo grau: praticamente, encontram-se os mesmos achados da lesão de primeiro grau, porém com maior intensidade e acompanhados de dor, moderada hemorragia, processo inflamatório local mais exuberante e diminuição maior da função. A resolução é mais lenta e, nestes casos, o atleta pode ficar afastado do esporte de duas a três semanas. O número de fibras lesionadas e a gravidade da lesão são maiores.
Terceiro grau: esta lesão geralmente ocorre desencadeando uma ruptura completa do músculo ou de grande parte dele, resultando em uma importante perda da função com a presença de um defeito palpável. A dor pode variar de moderada a muito intensa, provocada pela contração muscular passiva. O edema e a hemorragia são grandes. Dependendo da localização do músculo lesionado em relação á pele adjacente, o edema, a equimose e o hematoma podem ser visíveis, localizando-se geralmente em uma posição distal á lesão devido á força da gravidade que desloca o volume de sangue produzido em decorrência da lesão. O defeito muscular pode ser palpável já nos casos de segundo grau, sendo palpável e visível nos casos de terceiro grau.
Contusão Muscular
Esta lesão também é muito frequente na prática de alguns esportes de contato, como o futebol americano , rúgbi, basquete, handebol e os esportes de luta.
Diferente do que ocorre nos estiramentos musculares, a contusão é causada por um trauma direto na musculatura e acomete, com maior frequência, os membros inferiores. Dependendo da enrgia gerada em decorrência do movimento esportivo que gerou o trauma, os danos musculares podem ser graves e desencadear extensas áreas de sangramento tanto dentro quanto fora do compartimento muscular. As lesões musculares podem ser classificadas em quatro graus: grau 1 é uma lesão com ruptura de poucas fibras, também com a fáscia muscular intacta; lesão grau 3 é a lesão de muitas fibras acompanhada de lesão parcial da fáscia (ou seja, ruptura da junção musculotendínea).
A lesão muscular por estiramento pode ocorrer nas contrações concêntricas ou excêntricas, sendo muito mais comum nesta última, com a falha frequentemente ocorrendo na junção miotendínea.
O diagnóstico é realizado pelo exame clínico, em que se percebe a nítida impotência funcional e pelos exames complementares que podem auxiliar também no tratamento e na prevenção de novas lesões.